domingo, 19 de agosto de 2012

Total ReColin


Peço licença para um título em inglês (além de um neologismo), mas achei interessante usá-lo dado ao grande uso da imagem do ator para construir o filme.

O que a princípio se mostrou um roteiro amplo e muito bem fundamentado, com o caótico mundo do diretor Len Wiseman, dividido em duas partes habitáveis, pois o resto foi totalmente condenado devido à uma guerra mundial biológica, fazendo com que as pessoas se amontoassem nas regiões da Gran-Brretânia e Oceania, a primeira sendo composta pela elite social e a segunda pelos trabalhadores que sustentam essa elite. O clima de tensão politico-econômica, além do viés militar, é o palco perfeito para colocar um agente duplo desmemoriado. Porém é ai que aparecem os pontos fracos, o filme se torna cansativo, embora tenha excelentes cenas de ação e um deslumbrante cenário adaptado, a ideia toda foi afetada pelo que eu diria que seria um uso excessivo das imagens enquadradas de Colin Farrell, que no papel de Doug Quaid faz uma certa confusão ao aparecer com expressões faciais que não parecem exatamente encaixar com o contexto da cena. Acredito que o roteiro poderia ter aprendido um pouco mais com o agente desmemoriado Bourne, ele sim teria uma ou duas coisas a passar para o Quaid apresentado neste filme.

Desde a obstinação cega da personagem de Kate Backinsale à ingenuidade angelical estampada no rosto de Jessica Biel, os atores parecem fracos e pouco explorados, além de um desenrolar moroso e com cenas totalmente, ao meu ver, desnecessárias, o filme aponta-se como um dos fracassos da minha lista (Filmes mais esperados do Ano) e decepciona ao mostrar que o filme pode, sim, causar total confusão se, a partir do momento que pretende-se juntar o útil ao agradável, não o fazer de forma correta. O que seria juntar o útil ao agradável neste caso? Usar um filme com bom conteúdo de fundo e aplicar várias cenas de ação que o preencham, desta forma você cativa o publico de um jeito mais convincente e completo. Mas O Vingador do Futuro explora cenas de ação sem propósito e constrói uma história rasa, que tem um desfecho tão superficial quanto seu inicio.

Se você está a caminho do cinema para ver este remake não se detenha, pórém tenha em mente que se pegarmos Jason Bourne e jogarmos ele dentro da realidade de Minority Report, o resultado seria mil vezes melhor que O Vingador do Futuro.
Nota: 4,0

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